“NAS PEGADAS DE MENGELE” RELEMBRA A ÉPOCA EM QUE NAZISTAS ERAM CAÇADOS, E NÃO ELEITOS.  

Ninguém ousou dizer “E daí? Eu não sou coveiro.”

Por Celso Sabadin. 

O documentário “Nas Pegadas de Mengele”, que estreia no Canal Brasil neste sábado, 08/02, nos remete a uma época nem tão distante assim na qual nazistas eram caçados, e não festejados, como atualmente. 

Coproduzido por Brasil e Argentina, o longa revisita o ano de 1985, momento em que ecoa mundialmente a notícia de que os restos mortais do médico nazista Josef Mengele, acusado de matar mais de 400 mil prisioneiros em Auschwitz – teriam sido encontrados no Brasil. A importância da informação reside no fato de que – se confirmada a identidade do cadáver – seriam encerradas as buscas pelo último grande criminoso do Reich ainda vivo. E se tal identidade não fosse confirmada, a caça continuaria. 

As cidades de Embu das Artes e Bertioga – bem conhecidas dos brasileiros em geral e dos paulistas em particular – passam repentinamente a figurar nos noticiários internacionais.  

Inicia-se então uma busca incansável pelos mais diversos métodos científicos de identificação de ossadas, numa época em que mal se falava de informática, que digitalização de imagens era coisa do filme “Blade Runner”, e os testes de DNA ainda não haviam sido desenvolvidos.  

Apoiados por profissionais de várias partes do mundo, os empenhados cientistas brasileiros fazem bonito em todo esse processo. Ninguém ousou dizer “E daí? Eu não sou coveiro.” 

O filme reúne relatos de pessoas que acompanharam o caso na época, além de estudiosos, como os jornalistas Felipe Celesia e Álvaro Albos, a antropóloga forense Patricia Bernardi, o médico legista Daniel Romero, o delegado Romeu Tuma, e uma sobrevivente de Auschwitz, Lea Zajac, que conheceu Mengele pessoalmente.    

Produzido em 2024, “Nas Pegadas de Mengele” tem direção de Alejandro Venturini e Tomás De Leone. A estreia é no Canal Brasil, sábado, 8 de fevereiro, às 20h00.