“MONSIEUR AZNAVOUR”, O RETRATO DE UM SUCESSO.
Por Celso Sabadin.
Por mais que a gente curta experimentações estéticas e formais, muitas vezes manter a formatação clássica acaba se tornando a melhor opção. Mesmo quando o assunto é cinema. Prova recente disso é “Monsieur Aznavour”, que entra nesta quinta-feira, 31/07, em sua merecida segunda semana em cartaz em cinemas brasileiros.
Trata-se de uma cinebiografia do cantor romântico franco-armênio Charles Aznavour, que fez um gigantesco sucesso mundial entre os anos 1960 e 80. Brasil incluído.
A direção e o roteiro são do músico e poeta francês Grand Corps Malade (estanho pseudônimo de Fabien Marsaud) e de Mehdi Idir, autor também do ótimo ”Pacientes”.
“Monsieur Aznavour” é bem classicão, com jeitão de produto desenvolvido para streaming, e mesmo assim bastante eficiente em prender a atenção e os corações da plateia. Metade deste encanto do filme reside na ótima intepretação de Tahar Rahim (não tenho informações se a colônia armênia curtiu ou não ver seu ídolo representado por um ator franco-argelino). E a outra metade deve ser creditada à história propriamente dita, que mostra com muita competência a incansável luta de Aznavour contra todos os tipos de preconceitos, até chegar ao estrelato. O filme também é corajoso ao retratar um dos maiores ícones da música francesa – Edith Piaf – como uma pessoa não exatamente muito ética.
E tem ainda uma terceira metade a ser creditada para o ótimo nível de produção do longa, preciso nos quesitos técnicos como fotografia, direção de arte, figurinos e reconstituição de época.
“Monsieur Aznavour” foi indicado a quatro prêmios César.