“RABIA – AS ESPOSAS DO ESTADO ISLÂMICO” E A DETURPAÇÃO DAS RELIGIÕES.

Por Celso Sabadin.

Empresas produtoras de França, Alemanha e Bélgica financiam uma cineasta alemã e um roteirista francês para desenvolver um filme sobre o Estado Islâmico. Nada surpreendente. Nem a empreitada, nem o filme.

A partir de histórias reais, o roteirista Samuel Doux e a diretora e roteirista Mareike Engelhardt retratam a trajetória de Jessica (Megan Northam), uma jovem enfermeira francesa que viaja até a Síria para efetivar seu casamento com um árabe que ela só conhece através de redes sociais.

Não ficam claras as motivações, tampouco a construção da ingenuidade da protagonista. E nem essa é a proposta do filme. Mas o fato é que, lá chegando, a garota acaba se metendo na armadilha anunciada de ser uma “esposa do Estado Islâmico”, como já informa o título em português de “Rabia”. A proposta é denunciar a situação destas milhares de jovens que, sob a promessa de um casamento promissor, mergulham no inferno de uma organização radical que utiliza violentamente a mulher apenas como um mero instrumento de suas vontades e necessidades. Sempre deturpando mentirosamente a religião para justificar seus preceitos sórdidos. Óbvio.

Como cinema, “Rabia  – As Esposas do Estado Islâmico” se assemelha a um grande material institucional de ONG.