“OS MALDITOS” ESTADUNIDENSES.

Por Celso Sabadin.

É, no mínimo, curioso: uma coprodução entre Itália, EUA, Bélgica, França e Canadá, totalmente ambientada na Guerra Civil dos Estados Unidos, escrita e dirigida por um italiano. E nem é, exatamente, um filme de guerra.

Trata-se de “Os Malditos”, vencedor do prêmio de melhor direção na mostra Un Certain Regard, em Cannes do ano passado.

 

Seguindo a linha do drama psicológico, o roteirista e diretor Roberto Minervini utiliza a Guerra da Secessão como pano de fundo para a reflexão de questões existenciais. O conflito potencializa e aproxima a inevitável finitude da vida, criando uma atmosfera que acelera as discussões e aflições inerentes ao tema.

 

O espaço amplo do campo de batalha contrasta poética e simbolicamente com a natural exasperação da proximidade da morte, ao mesmo tempo em que coloca em xeque a falsidade dos valores patrióticos e pseudo-humanistas implantados nos corações e mentes dos soldados envolvidos.

 

Denso e tenso, “Os Malditos” estreia em cinemas brasileiros no dia 18 de setembro em Salvador e Porto Alegre e dia 25 em São Paulo, Rio de Janeiro e Belo Horizonte.

 

Quem dirige

Roberto Minervini é um diretor de origem italiana que vive e trabalha nos Estados Unidos. É considerado um dos mais importantes documentaristas narrativos em atividade, seus filmes combinam elementos dramatizados e observacionais. Depois de obter um mestrado em Media Studies na The New School, em Nova York, em 2004, Roberto ensinou produção de documentários em nível universitário na Ásia. Em 2007, mudou-se para o Texas, onde dirigiu três longas: The Passage, Low Tide e Stop The Pounding Heart, trilogia texana centrada em comunidades rurais do sul dos Estados Unidos. Depois dirigiu dois longas ambientados na Louisiana, The Other Side e What You Gonna Do When the World’s on Fire?, abordando o domínio político da sociedade americana e abordando a injustiça social. Nos últimos anos, ele começou a produzir trabalhos de outros cineastas por meio de sua produtora Pulpa Film, incluindo a estreia na ficção de Payal Kapadia, All We Imagine as Light, e Eureka, de Lisandro Alonso.