‘FRANTZ” E A ESTUPIDEZ DOS NACIONALISMOS.

 

Por Celso Sabadin.

 
Um antigo filme do alemão Ernst Lubitsch (“Não Matarás”, de 1931), que por sua vez foi baseado na peça teatral “The Man I Killed”, do  francês Maurice Rostand, foi o ponto de partida do mais recente longa escrito e dirigido por François Ozon: “Frantz”.

A trama é ambientada pouco depois da I Guerra, e nem por isso ela é datada. Pelo contrário. Abordando temas como intolerância, racismo e principalmente a forma pela qual a política corrói as relações humanas, “Frantz” parece mais atual que nunca.

Tudo começa quando a jovem alemã  Anna (Paula Beer, melhor atriz do Festival de Veneza de 2016) percebe que um estranho jovem tem colocado flores no túmulo de seu noivo – o tal  Frantz (Anton von Lucke) que dá nome ao filme –  morto durante o conflito mundial. Curiosa, Anna descobre que o misterioso rapaz é o francês Adrien (Pierre Niney, de “Yves Saint Laurent”), um amigo do falecido Frantz. Porém, atenção: estamos num filme de Ozon, e quem já viu seus trabalhos anteriores (“Potiche – Esposa Troféu”,  “Swimming Pool – À Beira da Piscina”, “Uma Nova Amiga”, “Dentro de Casa”, “Ricky”, entre outros) sabe que o diretor aprecia roteiros permeados por reviravoltas e surpresas. E como bom contador de histórias que é, tem um talento especial em nos fazer acreditar em caminhos que não acontecerão.

Independente das trajetórias que percorrerão os personagens, “Frantz” é um filme que chama a atenção pela discussão que suscita sobre a idiotice dos nacionalismos exacerbados, praga tão presente na nossa sociedade na época da I Guerra, como, infelizmente, nos dias de atuais.

Coproduzido por França e Alemanha, o filme estreia nesta quinta, 22 de junho.