“007 – OPERAÇÃO SKYFALL” É UM DELEITE PARA OS FÃS DE JAMES BOND.

Não é um 007 qualquer. “Operação Skyfall” (nome esquisito, pois Skyfall não é nenhum tipo de Operação) é um James Bond maior, um filme feito para comemorar os 50 anos de uma das franquias mais bem sucedidas da história do cinema. Talvez a mais bem sucedida. E o faz em grande estilo: o filme é uma delícia, uma viagem fascinante ao universo do espião mais famoso do mundo.

“Operação Skyfall” potencializa ao máximo os cânones clássicos da série: as locações e mulheres de tirar o fôlego, a abertura gráfica, as perseguições no limite suportável do verossímil (a inicial, na Turquia, é um show de câmeras e edição), o martini “shaken, not stirred”. E o vilão, claro o vilão. Quem achava que Javier Bardem havia chegado ao máximo da composição de personagem em “Onde os Fracos Não Têm Vez”, não perde por esperar.

E como se tudo isso não bastasse, o filme ainda oferece um roteiro exemplar assinado por Neil Purvis, Robert Wade e John Logan. Purvis e Wade, além de terem roteirizado alguns episódios anteriores da franquia, também são os criadores de “Johnny English”, que parodia o próprio James Bond. E Logan é o roteirista do belo “A Invenção de Hugo Cabret”. Nesta nova trama, Bond e M (Judi Dench) veem diante de si a verdade escancarada: o mundo mudou e ambos envelheceram. Os inimigos agora são individuais, não tendo mais Pátria, nem bandeira. O novo agente Q “tem espinhas”, no dizer de Bond. Discute-se a função de um agente de campo numa realidade onde tudo é controlado a distância. O próprio MI6, o antes intocável serviço de inteligência secreta britânico, é alvo de uma CPI. Só faltou o Joaquim Barbosa. É neste cenário de total transformação que Bond vai buscar em seu passado as suas próprias soluções de continuidade. Se o filme se chamasse “Bond: Origens” também seria apropriado.

O resultado deste pêndulo Passado/Presente faz de “Operação Skyfall” um dos maiores deleites cinematográficos já oferecidos aos fãs do personagem e de sua mitologia. Um filme que une com a competência do diretor Sam Mendes (“Beleza Americana”) a tecnologia de ponta do Bond moderno com os ícones saudosistas do Bond de Sean Connery.

São 143 minutos que a gente não quer que acabem.