“127 HORAS” TIRA O FÔLEGO COM ESTILO DANNY BOYLE.

basicamente o mesmo tema: o ser humano submetido a uma exasperadora situação limite de extrema proximidade da morte, aliada a Será que vai virar moda? Depois de “Pânico na Neve” e “Enterrado Vivo”, este “127 Horas” é o terceiro filme, em menos de um ano, que explora um quase total imobilismo. Desesperador e claustrofóbico são dois adjetivos que permeiam estas três produções que, embora partam de uma mesma premissa, são bem diferentes entre si.

Aqui, parte-se da história real de Aron Ralston (James Franco, de “Homem Aranha”), um rapaz apaixonado por aventuras radicais que despenca por uma fenda, na imensidão do deserto de Utah, e fica preso nas rochas. Sem comida, sem celular, absolutamente sozinho, e sem a mínima possibilidade de ser encontrado, já que Aron fez questão de viajar sem contar para ninguém onde iria. Começa assim uma luta imóvel, solitária e desesperada pela sobrevivência.

Ao contrário de “Enterrado Vivo”, a ação de “127 Horas” não é limitada apenas ao local do acontecido. Isto porque o diretor inglês Danny Boyle (o mesmo de “Quem Quer Ser um Milionário”) opta por abrir várias frentes narrativas onde o espectador acompanhará pessoas e momentos importantes da vida do protagonista por meio de flash-backs, sonhos, delírios e devaneios. E quando o assunto é delírios e devaneios, vale lembrar que Boyle é bom nisso. Quem não se lembra de Cova Rasa e Trainspotting, por exemplo? Há quem se incomode com o estilo, digamos, excessivo de Boyle, que não economiza em maneirismos gráficos e peripécias visuais para anabolizar a história. O que de forma alguma tira os méritos desta boa trama de tensão e suspense com toques dramáticos.

Quem já leu o livro “Between a Rock and a Hard Place”, ou quem já viu o documentário na TV paga sobre a história de Aron Ralston sabe como o filme termina. Quem prefere curtir o suspense no cinema, que fique longe dos trailers, sinopses e resenhas cheias de “spoilers” que têm pipocado na imprensa.