“14 DIAS, 12 NOITES”, BELO, SÓBRIO E SENSÍVEL.

Por Celso Sabadin.

Particularmente, gosto muito de filmes cuja trama se constrói na medida em que as ações – lentamente – se desenvolvem diante dos nossos olhos, como uma espécie de quebra-cabeças que a gente vai montando, sem pressa, mas também com alguma ansiedade pelo seu final. Tal formulação narrativa poderia até parecer óbvia, mas em tempos em que o medo de errar é maior que a vontade de criar, e a maioria dos filmes se rende á segurança dos parâmetros já pré-testados pela audiência média, fica cada vez mais raro encontrar trabalhos neste sentido.

Tudo isso para dizer que não, eu não vou “explicar” o que acontece no drama “14 Dias, 12 Noites” para não tirar de seu eventual espectador o lento e gradual prazer das pequenas descobertas. Posso dizer, sim, que é uma bela história sobre duas mulheres separadas por dois continentes – uma canadense, outra vietnamita – e unidas por um segredo que envolve amor, entrega e raízes.

Tudo estruturado pelo bom roteiro de Marie Vien, embalado pela direção sóbria Jean-Philippe Duval, e emoldurado por belíssimas locações no Vietnã.

“14 Dias, 12 Noites” foi o filme escolhido pela Canadá para representar o país no Oscar 2020. Disponível em www.cinemavirtual.com.br

14 de julho de 2021