A BUSCA DE UMA VIDA MELHOR EM “POR UM PUNHADO DE DÓLARES – OS NOVOS EMIGRADOS”.  

Por Celso Sabadin.

Na velocidade atual dos acontecimentos, nem sempre o cinema pode esperar. Se, por um lado, a tecnologia digital consegue produzir praticamente em tempo real, os antigos entraves da distribuição num país que não consegue escoar sua própria produção permanecem sendo um grande problema. Tal paradoxo pode ser comprovado no bom documentário “Por um Punhado de Dólares – Os Novos Emigrados”. O longa é um competente registro sobre os impactos afetivos e econômicos de migrantes que deixaram seus países e famílias em busca de melhores oportunidades financeiras. É sensível, tem roteiro e direção seguras, mas esbarra na questão da temporalidade: produzido em 2014 e só agora conseguindo seu espaço no circuito, o filme soa datado ao não abordar de forma mais incisiva pelo menos algumas das várias questões referentes à atual tragédia mundial dos refugiados.

Descontado este senão, “Por um Punhado de Dólares – Os Novos Emigrados” usa o fio condutor das relações familiares que se distanciam em função das migrações para tocar em temas instigantes. Como, por exemplo, o fato dos imigrantes ilegais nos EUA não terem direitos sociais, mas terem obrigações com o fisco.  Ou o preconceito que, de acordo com depoentes, o empregador japonês nutre contra os filhos de japoneses vindos de outros países. São sonhos, pesadelos, objetivos alcançados ou não, saudades amenizadas via skype, gerações que se distanciam no tempo e no espaço.

Coproduzido por Brasil e Alemanha, e dirigido por Leonardo Dourado, “Por um Punhado de Dólares – Os Novos Emigrados” foi filmado no Brasil, Alemanha, Japão, México, Estados Unidos e Gâmbia.  A estreia é em dia 16 de março.