A DELICIOSA DESOBEDIÊNCIA CIVIL DE “AS INVISÍVEIS” AGORA EM VOD.

Por Celso Sabadin.

Dois temas dos mais urgentes e atuais se unem no longa francês “As Invisíveis”: a força feminina e a invisibilidade dos excluídos. A partir do livro da escritora e documentarista Claire Lajeunie, o roteiro de Louis-Julien Petit (também diretor do filme) mostra a história do fechamento de um abrigo para mulheres sem-teto, no interior da França.

O que seria apenas (mais uma) decisão estatal que favorece a economia dos cofres públicos e prejudica o tecido social acaba se transformando numa verdadeira guerrilha. Isto porque as assistentes sociais encarregadas do lugar simplesmente se recusam a abandonar a população necessitada, e estão dispostas a tudo para acolhê-las, independente do que digam os poderes constituídos.

Como desobediência civil é bom e a gente gosta, “As Invisíveis” é inevitavelmente catártico. Impossível não criar uma identificação imediata com aquele grupo que luta pelo que considera certo, colocando regras éticas e morais muito acima das meramente legais.

Potencializando a dramaturgia do tema, o núcleo das mulheres sem-teto é formado por não atrizes que já vivenciaram a vida nas ruas e atualmente vivem em situações mais estáveis. Cada uma delas escolheu o nome da personagem que vivenciou, o que deu margem a irônicos e divertidos “avatares”, como Edith Piaf, Lady Di e Brigitte Macron.

O núcleo das “não homeless” é formado por Audrey Lamy (indicada ao César por “Tudo que Reluz”), Corinne Masiero (indicada ao César por “Louise Wimmer”), Noémie Lvovsky (indicada ao César por “Camille Outra Vez”), Déborah Lukumuena (vencedora do César por “Divinas”), Sarah Suco e Pablo Pauly.

Em ritmo de comédia dramática, “As Invisíveis” vendeu mais de um milhão de ingressos nos cinemas franceses.

A partir desta quinta-feira, 6 de agosto, no Now e Vivo Play.