“A DESPEDIDA”, EM HOMENAGEM À VIDA.

Por Celso Sabadin.

Num primeiro momento, “A Despedida” se apresentaria como um filme sobre a morte. Mas um olhar um pouquinho mais cuidadoso acaba revelando justamente o contrário: trata-se de um belo trabalho sobre a vida. Ou, pelo menos, sobre como vivê-la da melhor maneira possível.

Tudo gira sobre Lily (Susan Sarandon, ótima como sempre), mulher espirituosa que dispara falas sarcásticas e olhares perturbadores indiscriminadamente para todos os membros de sua família, como uma metralhadora giratória de emoções e verdades inconvenientes. Junto com o marido Paul (Sam Neil), ela se prepara para um final de semana especial, onde reunirá os parentes mais próximos para uma importante revelação. Nem é preciso dizer que antigas questões familiares que pareciam sufocadas rebentarão com força redobrada.
Trata-se de uma formulação cinematográfica bastante recorrente (bem conhecida principalmente no cinema francês), na qual a qualidade do texto, a acidez dos diálogos e a empatia das intepretações se constituem no grande tripé que sustenta a obra. E, no caso de “A Despedida”, tal estrutura é impecável. E, mesmo se não fosse, ver Sarandon, Neil e mais Kate Winslet atuando juntos já vale qualquer filme.

“A Despedida “é uma releitura do dinamarquês “Coração Mudo”, dirigido por Billie August a partir do texto de Christian Torpe. É o mesmo Torpe que assina também o roteiro deste remake coproduzido por EUA e Reino Unido. A direção – sóbria e eficiente – é do sul-africano Roger Michell, o mesmo de “Um Lugar Chamado Notting Hill”.

Estreia em 31 de março no Now, iTunes, Google Play, Youtube Filmes, Vivo Play e Sky Play.