A DOCE SEDUÇÃO DE “SEVERINA”

Por Celso Sabadin.

Num bucólico, tranquilo e docemente decadente bairro de uma cidade uruguaia (não sei exatamente se é Montevidéu ou não, mas não importa), uma atraente jovem (a argentina Carla Quevedo) se ocupa em roubar livros. Ela não é muito sutil no que faz, não parece ter o traquejo necessário para o “ofício”, mas nem por isso é pega. Motivo: além dos livros, ela tem a capacidade de roubar os corações dos donos das livrarias.

“Severina” é um filme sobre sedução. Uma sedução misteriosa e diáfana que geralmente permeia os amantes de livros. Um pequeno, simples e precioso poema de amor não apenas à Literatura como também ao imponderável e ao fantasioso que envolvem a poesia e a ficção.  Sabiamente, o roteiro prefere não contar tudo, não mostrar tudo, não solucionar todos os mistérios. Melhor: assim o espectador quase que se transforma num coautor da obra.

Coproduzido por Brasil e Uruguai, “Severina” tem roteiro e direção do brasileiro Felipe Hirsch, nome muito mais sintonizado com o teatro, que aqui – neste que é apenas o seu segundo longa para cinema – demonstra talento e sensibilidade ao passar do palco para a tela grande.

Estreia em 12 de abril.

 

d O dono de livraria se encanta com uma mulher que visita sua loja e volta dia após dia para cometer furtos. Ele fica interessado em puxar conversa do que recuperar o prejuízo. Ela passa então a pegar livros em outros estabelecimentos, porém, ele não está disposto a se libertar da misteriosa obsessão.

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