A FORÇA E A PAIXÃO DE “DNA”.

Por Celso Sabadin.

Quase um subgênero de cinema, os “filmes de família” (não confundir com “filmes para família”) geralmente provocam emoções intensas e variadas nas plateias. Afinal, família parece ser aquela coisa que todo mundo tem igual… e só muda de endereço.

Não seria diferente com o sensível “DNA”, escrito, dirigido e interpretado por Maïwenn Besco, que geralmente assina apenas como Maïwenn. Ela interpreta Neige, neta de Emir (Omar Marwan), um ex-militante da causa argelina. A trama se inicia nos últimos dias de vida de Emir, que mesmo extremamente debilitado ainda tem a força de reunir em torno de si sua grande e agitada família. Porém, após sua morte, morrem também os frágeis laços que – apenas aparentemente – sustentavam as relações familiares.

Em meio a revelações, mágoas e desavenças, Neige sai então à procura de suas verdadeiras raízes argelinas, que lhe servirão como uma espécie de farol e tábua de salvação para reconstruir suas relações e nortear seus próximos passos.

“DNA” se destaca pela leveza de sua direção, que tangencia o documental, tamanha a naturalidade que extrai do elenco. E que elenco! Fanny Ardant, Louis Garrel e Marine Vacth, além da própria Maïwenn, empresam suas belezas (que não são poucas) e seus talentos (idem) a este filme delicioso capaz de fazer rir e chorar na mesma cena.

Inspirado na história de vida da própria diretora, “DNA” foi selecionado para os Festivais de Cannes e San Sebastián, e chegou recentemente – no último dia 28 de outubro – aos cinemas franceses. Pode ser conferido no Festiva”l Varilux 2020. Acese a programação em http://variluxcinefrances.com/2020/filmes/dna/