“A GAROTA DE MÔNACO”, A SERVIÇO DA SIMPLICIDADE NARRATIVA DE UMA BOA HISTÒRIA.

Entre as várias lições que o cinema francês vem nos ensinado há algumas boas décadas, duas se sobressaem em especial: (1) menos é mais e (2) boas interpretações são fundamentais.

A Garota de Mônaco leva bastante a sério estas premissas. Com simplicidade narrativa, e evitando qualquer tipo de penduricalho cinematográfico, o filme narra de forma clean e linear o fascinante encontro entre três intrigantes personagens: o advogado Bertrand (Fabrice Luchini), seu guarda-costas Christophe (Roschdy Zem) e a apresentadora de TV Audrey (Louise Bourgoin).

Eles se conhecem no belíssimo Principado de Mônaco, o que por si só já é pretexto para algumas tomadas de encher os olhos. Por imposição de um cliente, Bertrand, um homem de sentimentos travados, é obrigado a aceitar os serviços do segurança particular Christophe. Este, por sua vez, é a própria encarnação do profissionalismo. Entre ambos surge Audrey, garota que transita com enorme desenvoltura entre a sensualidade, a ingenuidade, e a mais pura vulgaridade. São três mundos em conflito. Três personagens que – de tão diferentes entre si – acabam se aproximando de maneira inexorável, onde aflorarão diversos tipos de sentimentos contraditórios.

A Garota de Mônaco tem o mérito de saber prender a atenção do público com a força de sua história e a sobriedade de sua narrativa. Tudo bastante simples e direto – e não por isso menos empolgante. Pelo contrário. Principalmente quando se conta com esta trinca impecável de atores, que resultou em duas indicações ao César 2009: Ator Coadjuvante (Roschdy Zem) e Atriz Revelação (Louise Bourgoin