“A GAROTA RADIANTE”, UM FILME BRILHANTE.

 Por Celso Sabadin.

“A Garota Radiante” é aquele tipo de filme que quanto menos você souber sobre ele, melhor”. Simplesmente vá ao cinema e veja-o o mais rápido possível. Não leia nada sobre o longa antes de assisti-lo, nem na comunicação oficial da distribuidora (que infelizmente dá spoiler), nem mesmo aqui no meu texto. Inclusive, se você ainda não viu o filme, pare de ler meu texto agora.

Vou apenas dizer que é uma história ambientada na Paris ocupada pelos nazistas, durante a Segunda Guerra Mundial e que a atriz principal exala um talento espantoso. Trata-se de Rebecca Marder, que tinha 25 anos quando fez o filme, mas convence perfeitamente vivendo uma personagem de 19. Leve, alegre e encantadora, ela traz um olhar ingênuo, meio perdido e meio cômico, que remete a uma espécie de Denise Fraga adolescente e que cria uma incrível empatia com o público.

Alguém poderá dizer: “Mas outro filme sobre a Paris ocupada?”. Não, não é simplesmente outro filme sobre a Paris ocupada. Talvez nem seja um filme sobre a Paris ocupada, mas sobre a alegria de viver, o poder da arte, a força da juventude, o frescor da existência, tudo em contraposição à inexorabilidade tosca do poder ignorante. E por aí vai.

A utilização da trilha sonora é um capítulo a parte, com direito a Phillip Glass, Tom Waits, e principalmente revivendo todo o romantismo de “Que Reste-t-il de nos Amours?”, que Charles Trenet e Léo Chauliac compuseram em 1942, exatamente o ano em que o longa é ambientado.

“A Garota Radiante” marca a estreia no roteiro e na direção de Direção: Sandrine Kiberlain, que os fãs do cinema francês conhecem como atriz de filmes como “Amar, Beber e Cantar”, “Betty Fisher e Outras Histórias”, “Mademoiselle Chambon” e “Quando Margot Encontra Margot”, entre vários outros. Ela se mostra extremamente hábil, inspirada e sensível neste seu primeiro trabalho.

“A Garota Radiante” estreou ontem, 30/03, nos cinemas de São Paulo, Rio de Janeiro, Aracaju, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Niterói, Porto Alegre, Salvador e Santos.

Como diz a minha amiga e colega jornalista Maria do Rosário Caetano, “não percam por nada nesse mundo”.