“A HORA DO ORVALHO” TRANSITA SOLENE NA ZONA DE CONFORTO. 

Por Celso Sabadin. 

Geralmente, filmes ambientados em instituições destinadas a cuidar de pessoas da terceira idade vêm carregados de algumas boas doses de chantagem emocional envolvendo os velhinhos e velhinhas, certo? E, também geralmente, tais chantagens costumam funcionar dramaticamente muito bem junto às plateias, certo? “A Hora do Orvalho”, que estreia em cinemas nesta quinta-feira, 28/11, não foge à regra.  

Tudo começa com quando o playboy Carlo (Alessandro Fella) e o traficante Manuel (Roberto Gudese), por motivos diferentes, são condenados a prestar serviços comunitários numa luxuosa casa de repouso e cuidados paliativos, em Roma.  

A princípio prepotentes e irresponsáveis, os dois rapazes aos poucos tomam contato com as diversas e emotivas histórias de vida dos pacientes do lugar. O restante não é difícil de imaginar, com os arcos dramáticos bem delineados predominando solenes na estrutura dramatúrgica. Para o cinéfilo que prefere a zona de conforto à provocação cinematográfica, dá muito certo.  

Com roteiro de Francesco Frangipane, Riccardo De Torrebruna e do próprio diretor do filme, Marco Risi, “A Hora do Orvalho” venceu dois prêmios do Sindicato dos Jornalistas de Cinema da Itália: Melhor Roteiro Original e Melhor Ator (para Alessandro Fella). 

O diretor Marco Riso, por sinal, é filho do renomado cineasta Dino Risi, um dos mais destacados da fase de ouro da comédia italiana.