A LEVE DESPRETENSÃO DE “2 OUTONOS E 3 INVERNOS”.

Por Celso Sabadin.

Em tempos de terror, suspense e drama na vida real, o escapismo de um romance descompromissado no cinema pode cair bem. É o caso do simpático  “2 Outonos e 3 Invernos”, produção francesa de 2013 que só agora chega ao nosso circuito.

O filme segue a linha consagrada por inúmeros romances independentes que povoam as telas de todo planeta, sejam norte-americanos, franceses, italianos, etc: encontros, paixões, desencontros, pequenas crises, amigos e amigas que entram e saem de cena, mistura de situações tensas e divertidas, pitadas de ironia.

Como se fosse uma leitura de roteiro, o filme é “contado” verbalmente diretamente para o público. O protagonista é Armand (Vincent Macaigne), 33 anos, que prefere não dizer sua profissão porque as pessoas dão muito valor ao que os outros fazem, segundo ele mesmo diz. Solitário, Armand literalmente tromba com Amèlie (Maud Wyler), por quem ele se apaixona imediatamente. Têm início as boas e velhas situações “sanfona”, que unem, separam, estendem e distendem os casais que se procuram na eterna busca do amor, ou simplesmente da boa companhia.

Não é exatamente uma “comédia” romântica, como sugere o material de divulgação, mas um romance com toques dramáticos protagonizado por personagens construídos com eficiência e frescor. Provoca reflexões e tem o grande mérito da despretensão, o que não é pouca coisa atualmente.

Com direção e roteiro de Sébastien Betbeder, “2 Outonos e 3 Invernos” estreia em 6 de dezembro.