A PAIXÃO DELICIOSAMENTE RASGADA DE “MEU SANGUE FERVE POR VOCÊ”.

Por Celso Sabadin.

Abrace a alegre breguice que inevitavelmente mora dentro de cada um de nós, solte-se, deixe a autocrítica ancestral do lado de fora do cinema, e prepare-se para curtir um dos filmes mais alto astral das últimas temporadas: “Meu Sangue Ferve por Você”.

Assinado por Roberto Vitorino – com participação de Homero Olivetto, Thiago Dottori e do próprio diretor do filme, Paulo Machline – o roteiro de “Meu Sangue Ferve por Você” conta a história de amor entre o popular Sidney Magal e sua esposa Magali West, interpretados respectivamente por Filipe Bragança e Giovana Cordeiro. Tudo a partir do caso real vivido pelo cantor, claro, sempre dentro dos limites do que esse tal de “real” possa significar no cinema.

A história de Magal e Magali já havia sido mostrada no delicioso documentário “Me Chama que eu Vou”, e ganha agora esta versão ficcional, não menos deliciosa.

O diretor Machline fez uma ousada opção narrativa em seu filme: misturar vários caldeirões de referências culturais musicais, cômicas, e cinematográficas, temperando-as com as necessárias doses de exagero dos quais o próprio gênero brega se alimenta. O que poderia ter dado muito errado. E deu muito certo, o que também deve ser creditado ao gigantesco carisma de Magal.
“Vi musicais americanos, indianos, franceses e outros. Coisas antigas e atuais. Da mesma forma estudei os roteiros das comédias românticas. Vi muita coisa até encontrarmos o nosso tom, a nossa linguagem”, afirma Machline.

O resultado é uma comédia romântica musical colorida e vibrante, rasgada e apaixonada como um amor de verdade.