A SAGA ESTONIANA DE “VERDADE E JUSTIÇA”.

Por Celso Sabadin.

Quantos filmes produzidos pela Estônia você já viu na vida? Se a sua resposta é “o que é Estônia?”, chega às plataformas digitais a sua primeira oportunidade de assistir não somente a um longa metragem estoniano, como também ao longa metragem estoniano escolhido para representar o país no Oscar 2020.

Trata-se de “Verdade e Justiça”, drama (e põe drama nisso) sobre uma família que passa pelas maiores dificuldades para tentar tirar sua sobrevivência da fazenda que administra, nas últimas décadas do século 19. Lutando contra um vizinho inescrupuloso e um sistema judiciário precário, além das inevitáveis querelas da vida, o obstinado Andrés (Priit Loog) não mede esforços para transformar suas terras no grande legado que pretende deixar para os filhos. Sem sequer parar para pensar se, no próximo século que se aproxima, seus filhos desejarão ter uma propriedade rural como legado

“Verdade e Justiça” apresenta um caprichado nível de produção, com excelente fotografia, belas locações, estilo altamente dramático e uma convincente reconstituição de época, mas não foge do rótulo “feito pra ganhar Oscar”, principalmente pela sua narrativa clássico-linear sintonizada com o mercado mainstream, e pela constante procura pelo grandioso e pelo edificante, que tanto permeiam tal busca.

A direção e o roteiro são de Tanel Toom, estreante em longas, a partir do livro de Anton Hansen Tammsaare. O filme venceu o presitigiado prêmio Satellite (outorgado pela International Press Academy, a associação de mídia dos Estados Unidos) na categoria Cinema Internacional. Está disponível no Brasil nas  plataformas NOW, Looke, Microsoft, Vivo Play, Google Play e Apple TV.

Ah, e a Estônia, localizada no norte da Europa, banhada pelo Mar Báltico, é uma ex-república Soviética, hoje democracia parlamentar, com 1,3 milhão de habitantes e 45 mil quilômetros quadrados de extensão. Pelas fotos, deve ser linda.