A SIMPLICIDADE BEM-VINDA DE “A FELICIDADE DAS PEQUENAS COISAS”.

Por Celso Sabadin.
Pela segunda vez em sua história, o Butão envia um filme para representar o país na festa do Oscar. Trata-se de “A Felicidade das Pequenas Coisas”, que estreia no Brasil no próximo 27 de janeiro, e que consta na primeira listagem da Academia para a premiação de Melhor Filme Internacional – você sabe – aquela jogadinha de marketing que eles fazem divulgando uma “pré-lista” para depois divulgar os realmente indicados.
O filme anterior foi o simpático “A Copa”, de 1999, que não chegou a ser indicado.
“A Felicidade das Pequenas Coisas” narra a trajetória de Ugyen (Sherhab Dorji), um jovem professor que trabalha para o Estado, mas cujo sonho na verdade é tornar-se cantor na Austrália. Desanimado e pouco empenhado em sua profissão, ele é transferido – como punição – para a região montanhosa de Lunana, onde se encontra, segundo o filme, a escola mais isolada do mundo, carente de todos os recursos possíveis e imagináveis.
Não é necessário ser expert em narrativas em dramaturgias para imaginar o arco dramático redentor que veremos a seguir.
Sim, é tudo muito previsível, até ingênuo, mas tudo também muito agradável de se ver. É o que popularmente chamamos de filme “fofo”, sem vilões, sem grandes conflitos emocionais. Quase tudo interpretado por não atores, e com as belíssimas molduras que as exuberantes locações no Butão proporcionam.
     Uma espécie de oásis de afetividade e escapismo que   proporciona um alívio imediato na enxurrada de más   notícias que o mundo vem nos proporcionando   ultimamente.
   Com roteiro e direção do estreante Pawo Choyning   Dorji, “A Felicidade das Pequenas Coisas” já acumula   quase 30 premiações e indicações em festivais   internacionais.