A VERDADE E A SINGELEZA DE “ESTIVE EM LISBOA E LEMBREI DE VOCÊ”.

Por Celso Sabadin.

A cada nova crise que acontece no Brasil (e olha que não são poucas), volta à pauta a velha discussão: tentar ou não tentar melhores condições de vida no exterior? É melhor lutar contra as dificuldades em nossa própria terra ou arriscar viver como imigrante num país estranho?

Este é o tema de “Estive em Lisboa e Lembrei de Você”, coprodução luso-brasileira que narra a história de Sérgio (Paulo Azevedo, em excelente interpretação), mineiro de Cataguases que, assim como milhares de brasileiros, vai buscar na Europa a solução para os seus problemas. Tanto os financeiros como os sentimentais. Portugal, pintada pelos seus amigos como uma espécie de novo Eldorado, é o destino escolhido pelo rapaz, que logo perceberá que o pote de ouro se afasta cada vez mais do final do arco-íris na medida em que nos aproximamos dele.

A partir do romance homônimo do jornalista e escritor mineiro Luiz Ruffato, o roteirista e diretor José Barahona, ele próprio um português radicado no Brasil, desenvolve com extremas simplicidade e segurança esta trama tão verdadeira sobre conflitos culturais e sonhos individuais. Simplicidade, segurança e verdade, diga-se, que formam o tripé que sustenta com solidez a dramaturgia de “Estive em Lisboa e Lembrei de Você”.

Com serenidade e afetuosidade, o filme acerta ao evitar heróis e vilões, e envolve o público com aquilo que o ser humano tem de melhor: o próprio ser humano. Com suas aspirações, paixões, erros, acertos, alegrias e frustrações. Seja aqui, seja além-mar.

A estreia é nesta quinta, 30 de junho.