A VIAGEM SENSORIAL DE “MÚSICA PARA QUANDO AS LUZES SE APAGAM”.

Por Celso Sabadin.

A partir de seu próprio livro, o ator e escritor Ismael Caneppele, autor também de “Os Famosos e os Duendes da Morte”, assina o roteiro e a direção de “Música para Quando as Luzes se Apagam”, que estreia nesta quinta-feira, 22/07.

A sinopse oficial do filme diz que a história gira em torno de uma autora (Julia Lemmertz) que chega em uma pequena vila no sul do Brasil com a intenção de transformar a vida de Emelyn (Emelyn Fisher) em uma narrativa ficcional. Mas até esta sinopse é, ela própria, uma narrativa ficcional (provavelmente criada para satisfazer necessidades do mercado), pois na verdade o filme é uma espécie de poema audiovisual descolado das estruturas lineares e convencionais.

Trata-se de um hibridismo entre ficção e documentário, uma provocação sensorial que remete às próprias provocações que a protagonista do filme faz com a personagem-objeto que ela pretende documentar.

O próprio formato do longa – 4 x 3, remetendo aos antigos Super 8 – já denota a opção por tirar o público de sua zona de conforto. No que é muito bem-sucedido.

“Música para Quando as Luzes se Apagam” é a estreia de Ismael Caneppele na direção de longas, pelo qual recebeu vários prêmios, entre eles o do júri no 50º Festival de Brasília, o de Filme Mais Inovador do Festival Visions du reel, na Suíça; e o Prêmio Mubi de Melhor doc art no Festival de Sheffield, Reino Unido.

 

22/07/2021