“A VIDA DE UMA MULHER”, ELEGANTE E PERTURBADOR.

Por Celso Sabadin.

Sim, é um dramalhão. Um dramalhaço. Mas muito bem dirigido!

“A Vida de uma Mulher” conta a história de Jeanne (Judith Chemla), uma jovem do século 19 que, assim como praticamente todas as mulheres daquela época, não tinha vez nem voz. Terminados os estudos num convento, ela cumpre o seu papel de, a mando dos pais, se casar por conveniência com um nobre local, Julien (Swann Arlaud), que logo se mostra mesquinho e infiel. Pouco a pouco, a vida da ingênua e passiva Jeanne vai se transformando num inferno de aparências… mas até para as jovens do século 19 paciência tem limite.

“A Vida de Uma Mulher” se destaca não exatamente pela história que conta, mas pela maneira como ela é contada. Dentro de uma aparente simplicidade narrativa que na verdade sufoca  um clima de forte tensão, o diretor Stéphane Brizé (o mesmo do ótimo “O Valor de um Homem”) desenvolve uma atmosfera de horror contido, no qual elipses eficientemente mantém o espectador preso a uma trama que, se narrada de outra forma, facilmente poderia cair no sonolento. O resultado é elegantemente perturbador.

Vencedor do Prêmio da Crítica em Veneza, “A Vida de uma Mulher” estreia nesta quinta, 13/07.