“AGNUS DEI”: HORRORES DE GUERRA COMETIDOS EM NOME DA FÉ.

Por Celso Sabadin.

Vários são os estudos que mostram como a Segunda Guerra Mundial afetou os rumos e as percepções da História da Humanidade. E também não são poucos os textos sobre as atrocidades cometidas em nome de Deus. Quando estes dois elementos se juntam, temos a nítida certeza que nem todos os textos e estudos do mundo conseguirão expressar sequer uma mínima fração dos horrores catalisados por guerras e religiões.

Inspirado numa história real, “Agnus Dei dá uma perturbadora amostra deste horror.

O cenário é a Polônia poucos meses após o final da Segunda Guerra.  Uma terra arrasada e dividida. Por detrás dos muros de um convento se ocultam segredos que buscam ocultar aberrações cometidas pela selvageria do conflito. Aberrações que se potencializam ainda mais quando filtradas pela hipocrisia do que se convencionou chamar de “providência divina”. Em meio à total insanidade, torna-se impossível determinar o que é mais devastador para a Humanidade: empunhar fuzis em nome de uma ganância doentia disfarçada de ideologia, ou empunhar crucifixos em nome de um deus de absurda moralidade.

Coproduzido por França e Polônia, “Agnus Dei” tem roteiro e direção de Anne Fontaine, a mesma de “Coco Antes de Chanel” e “Gemma Bovery: A Vida Imita a Arte”. Assustadoramente real e ainda atual.