“ÁLBUM EM FAMÍLIA” DISCUTE NELSON RODRIGUES – E O BRASIL – COM DESCONTRAÇÃO.

Por Celso Sabadin.

Aceitando a provocação de um jovem diretor, um grupo de atores e atrizes decide encenar a peça “Álbum de Família”, do sempre polêmico Nelson Rodrigues. Formado tanto por profissionais experientes como por talentos ainda iniciantes, esta heterogênea reunião de intérpretes traz ideias, versões e aspirações bem diferentes – e conflitantes – sobre como (re) interpretar a obra de Nelson, nos dias atuais. Conflitos serão inevitáveis.

Para piorar a situação, tudo é realizado durante a pandemia, através de ferramentas de comunicação remota, sem contatos pessoais.

O filme “Álbum em Família” une as bases do texto original da peça “Álbum de Família” (sim, há uma leve diferença nos títulos) à tensão que todos vivenciamos no período pandêmico para discutir temas dos mais pertinentes à nossa contemporaneidade. Entre elas, preconceitos, lacrações, cancelamentos, busca vazia pela fama, dificuldades cognitivas, solidões, egos, etc. Tudo dentro da linguagem ágil e descontraída proposta pelo roteirista e diretor Daniel Belmonte, que também interpreta o papel do diretor do projeto.

Sem perder uma muito bem-vinda gaiatice, Belmonte demonstra aqui um bom amadurecimento cinematográfico em relação ao seu longa anterior, o também descontraído e quase moleque (no bom sentido da palavra) “B.O.”

”Álbum de Família” foi selecionado para a mostra competitiva de Gramado 2021, e do Festival Comunicurtas, levando neste último os prêmios de Roteiro e Montagem.

No elenco, Otávio Muller, George Sauma, Valentina Herszage, Ravel Andrade, Simone Mazzer, Cris Larin, Eduardo Speroni, Kelson Succi e Dhara Lopes, além das participações especiais de Renata Sorrah, Lázaro Ramos e Tonico Pereira.

O longa está disponível no VOD do Canal Brasil  e nas plataformas Claro/Net (R$ 14,90), Oi e Vivo (R$12,90).