“AMANDA”: A VIDA NÃO AVISA QUE VAI SURPREEENDER.

Por Celso Sabadin.

Filmes feitos para chorar são lançados às baciadas. Mas poucos com a sutileza deste “Amanda”, produção francesa dirigida por Mikhaël Hers e roteirizada pelo próprio diretor em parceria com  Maud Ameline. Trata-se da primeira parceria entre estes dois “papa-prêmios” de festivais internacionais.

Sem contar muito da história (o melhor é entrar no cinema sem saber nada da trama), “Amanda” fala de uma perda irreparável  que provoca um amadurecimento tardio, porém, necessário e bem-vindo. Pronto. Falar mais seria estragar o prazer. Mesmo porque a ótima direção de Hers prioriza o ponto de vista do protagonista (vivido por Vincent Lacoste, do recente “Conquistar, Amar e Viver Intensamente”), provocando na realidade construída do espectador as mesmas sensações que desestabilizarão o personagem na ficção. Afinal, diferente do cinema, a vida não usa closes estudados e trilhas sonoras específicas para preparar ninguém para grandes surpresas. Caso assim fosse, não seriam surpresas.

Esta forma simples, ao mesmo tempo crua e cruel, através da  qual o filme impacta sua plateia é o grande destaque de “Amanda”, filme vencedor de duas premiações em Veneza. Emotivo, emocionante e sincero.