“AMOR, PARIS, CINEMA”, UMA DESPRETENSIOSA EGO TRIP.

Por Celso Sabadin.

Muito se fala sobre a dificuldade de criar, dirigir e lançar o primeiro longa-metragem. Realmente, não se trata de uma tarefa fácil. Contudo, nem todo mundo se dá conta que lançar um segundo filme também está longe de ser moleza. Foi com este mote que Arnaud Viard, ator em mais de 30 filmes e séries de TV, e diretor de “Clara et Noi” (em 2004), realizou – finalmente – seu segundo longa: “Amor, Paris, Cinema”.

O filme não poderia ser mais autorreferente, mesmo porque seu título original é “Arnaud fait son 2e Film”, ou seja, Arnaud faz seu segundo filme. No papel principal, ninguém menos que… Arnaud Viard. Ele interpreta a si mesmo e sua tentativa de emplacar o segundo longa metragem.

A boa notícia é que tanta autorreferência não descambou para a prepotência, como se poderia supor. Pelo contrário, o filme é dos mais simpáticos, romanticamente divertido e, acima de tudo, despretensioso. Simples, ele explora com humor o tipo de fama superficial proporcionada pela exposição midiática, ao mesmo tempo que desglamuriza o trabalho tanto diante como por trás das tão badaladas câmeras de cinema e TV. Aborda as sempre problemáticas relações amorosas e familiares, e a maneira como elas se trançam com as aspirações profissionais.

Enfim, um pequeno diário afetivo sobre Arnaud Viard e sua vida,  escrito,dirigido e interpretado por Arnaud Viard. Talvez seja redundante a informação que Arnaud Viard nasceu sob o signo de Leão…

“Amor, Paris, Cinema” estreia em 28 de setembro.