“ASTERIX E O SEGREDO DA POÇÃO MÁGICA” NÃO É GENIAL COMO OS QUADRINHOS, MAS DIVERTE.

Por Celso Sabadin.

“Bacurau” não é o único filme em cartaz que mostra a resistência de um irredutível povo valente contra os desmandos do cruel opressor. Asterix e o Segredo do Poderoso Psicotróp…, ou melhor, “Asterix e o Segredo da Poção Mágica” estreia nesta quinta (19/09) com a mais recente aventura dos impagáveis personagens criados em 1959 por Albert Uderzo e René Goscinny.

Nesta nova história, Panoramix, sente que está no final de sua longa e vitoriosa carreira de druida, o que o coloca numa encruzilhada ética, moral, pessoal e profissional: a quem ele deve confiar a secretíssima receita da famosa poção mágica, chave para a sobrevivência da pequena aldeia gaulesa? A partir desta premissa, o longa dirigido por Louis Clichy e Alexandre Astier (os mesmos de “Asterix e o Domínio dos Deuses”) inicia o que seria uma “passagem de bastão” de Panoramix. Num primeiro momento, talvez, uma abertura para um novo tempo, um desapego das – literalmente – fórmulas tradicionais. Ensaia-se até um viés feminista, com a introdução de uma jovem e brava personagem, mas no decorrer da trama estas primeiras boas ideias parecem se diluir pelo caminho. O que poderia ser um bom roteiro desanda do meio para o final, priorizando a correria desenfreada, e termina mimetizando a espetacularização da contemporaneidade dos filmes de super heróis, quase criando um Thanos à moda gaulesa.

Se a trama do longa não mantém o mesmo padrão de qualidade dos quadrinhos, por outro lado o aspecto visual é dos mais atraentes e bem resolvidos, na medida em que atualiza para a era das imagens geradas por computador o traço clássico original, mantendo com talento as nuances e as sutilezas dos geniais personagens.