“BAILE DAS LOUCAS”: A LOUCURA ESTÁ LÁ FORA.
Por Celso Sabadin.
Embora o título sugira uma comédia desvairada, “O Baile das Loucas” é uma eficiente mistura de drama de época, suspense e denúncia.
Em algum lugar no interior da França do século 19, a jovem Fanni (Mélanie Thierry) é internada numa instituição para portadores de deficiências mentais. Logo se percebe, porém, que tal internação – voluntária – traz outros objetivos e segredos. Fanni entra então num jogo labiríntico no qual conhecerá os terríveis dramas de várias de suas colegas de instituição. E perceberá que a verdadeira loucura está do lado de fora dos muros do manicômio.
Com roteiro de Christelle Berthevas e do próprio diretor do filme, Arnaud des Pallières, “Baile das Loucas” propõe um mergulho no universo da loucura. Ou, pelo menos, no que é considerado loucura na sociedade feminina, historicamente reprimida pelo machismo eterno. Ao mesmo tempo, cria uma envolvente trama de mistério e tangencia caminhos da denúncia social e humana em relação à falência do sistema manicomial.
Tudo isso emoldurado por um elevado nível de produção que sustenta grande qualidade nos quesitos técnicos, como desenho de produção, direção de arte, fotografia e montagem.
Excelente e totalmente sintonizado entre si, o elenco feminino é arrasador. As icônicas veteranas Josiane Balasko e Carole Bouquet formam a cereja do bolo de “Baile das Loucas”, em cartaz em cinemas brasileiros desde a última quinta-feira, 22/08.