BELÍSSIMO E ONÍRICO, “NOS VEMOS NO PARAÍSO” FALA DE TRAIÇÕES E AMIZADE.

Por Celso Sabadin.

Nos últimos momentos da Primeira Guerra Mundial, Édouard (Nahuel Pérez Biscayartsalva, de “120 Batimentos por Minuto”) salva a vida de seu amigo Albert (Albert Dupontel), durante uma terrível batalha. O jovem herói, porém, fica com o rosto desfigurado, e prefere ser dado como morto em combate a voltar para casa naquelas condições. Agradecido, Albert faz de tudo para ajudar o amigo a manter seu anonimato, mas os novos tempos de paz farão renascer velhos segredos e antigas mágoas que pareciam esquecidas.

Indicado a nada menos que 13 prêmios César (e vencedor de 5), “Nos Vemos no Paraíso” é um filme cujos aspectos técnicos deixam o espectador boquiaberto. Direção de arte, fotografia, cenografia, figurinos, som, reconstituição de época, efeitos visuais, tudo salta da tela com raras qualidade e competência, transportando o público para uma empolgante viagem no tempo com pitadas oníricas e fantásticas. O encantamento é tamanho que acabam ficando em segundo plano algumas forçações de barra do roteiro, principalmente no último terço da obra. Com a fantasia superando a lógica, “Nos Vemos no Paraíso” é um convite escancarado ao prazer visual, abordando temas como ética, fidelidade, amizade e traição.

Um show de cinema criado a partir do livro “Au revoir là-haut”, que o escritor parisiense Pierre Lemaitre publicou em 2013, roteirizado e dirigido por Albert Dupontel, que também vive o papel principal.

Procure uma sala de exibição de ótima qualidade (infelizmente tem muito dono de cinema economizando na troca das lâmpadas dos projetores) para assistir a “Nos Vemos no Paraíso”, em exibição a partir de 5 de julho.