“BISTRÔ ROMANTIQUE” É SIMPÁTICA OPÇÃO VINDA DA BÉLGICA.

Filme feito sob medida para ser visto no Dia dos Namorados. Que já passou, mas tudo bem: “Bistrô Romantique” continua sendo uma simpática e bem-vinda opção cinematográfica vinda de um país que não costuma frequentar muito o circuito comercial brasileiro: a Bélgica.

A própria ação se desenvolve toda ela no Dia dos Namorados. Mais precisamente dentro da Brasserie Romantiek (título original do filme), um simpático restaurante comandado pelos irmãos Angelo e Pascaline, que criaram um cardápio próprio para esta noite tão especial. Eles só não imaginavam que a tal noite seria tão “especial” assim: na medida em que cada cliente vai chegando e se acomodando nas caprichadas mesas preparadas pelo bistrô, os pequenos e grandes dramas de cada vida vão emergindo. Há o casal de meia idade em crise matrimonial, a solitária deprimida, os pombinhos apaixonados, os que estão se conhecendo naquela noite e os que já se conhecem há muito tempo. Ou acreditam que se conhecem.

A alta tensão dos relacionamentos se espalha também pela cozinha, atingindo garçom, cozinheiro, proprietários, ajudantes e todos os envolvidos. Emoções entaladas nas gargantas e nos corações explodem numa única noite, em situações que passeiam sem travas pelo trágico, pelo cômico, pelo bizarro, e pelo romântico, claro.

“Bistrô Romantique” tem como um de seus principais méritos o ótimo elenco, bastante afiado e homogêneo, muito eficiente em transmitir emoções e credibilidade. Há algumas situações que parecem “patinar”, principalmente na parte final, alongando-se mais do que o necessário, o que não chega a comprometer a qualidade final do filme. Seu maior “problema”, porém, é a existência de um filme muito parecido e bem superior: “O Jantar” de Ettore Scola, que acaba proporcionando inevitáveis comparações. Todas a favor do italiano.

“Bistrô Romantique” foi todo rodado na pequena cidade belga de Gent, em 25 dias.