“CARO SR. HORTEN” ENCANTA COM SIMPLICIDADE E TERNURA.

Aos 67 anos, o reservado Odd Horten prepara-se para a sua última viagem como maquinista de trem. Solitário, ele recebe as homenagens da aposentadoria com desconfiança e até uma certa melancolia. Afinal, após décadas de serviços prestados, ele próprio já se assemelha fisicamente a uma locomotiva, com bigodes que parecem limpa trilhos, e um inevitável cachimbo sempre fumaçando em seus lábios. Agora, Odd Horten terá de aprender a viver dentro de uma nova realidade: a de um ser humano indivisível, que não depende mais de sua locomotiva para seguir em frente. Mas que precisará aprender a conviver com outros seres humanos para provar a si mesmo que existe vida após a aposentadoria.

Dirigido por Bent Hamer, o mesmo diretor de “Factótum”, “Caro Sr. Horten” é uma trabalho sensível, de tempos longos e introspectivos. Um convite à reflexão com alguma dose de romantismo e saborosas pitadas de surrealismo. Uma benvinda viagem pelo calor dos sentimentos que fazem contraponto e se sobrepõem à gélida paisagem norueguesa.

Belo e carinhoso, o filme foi selecionado para a mostra Un Certain Regard do Festival de Cannes, ganhou o prêmio de melhor direção no Festival de Flanders, levou também os prêmios de melhor som e melhor ator coadjuvante no Amanda Awards (Noruega) e foi o candidato norueguês ao Oscar 2009.

Experimente.