“CHICO VENTANA TAMBÉM QUERIA TER UM SUBMARINO”, SIMBÓLICO E PROVOCADOR.

Por Celso Sabadin.

Uma pequena cabana quase sem portas nem janelas (tem apenas um respirozinho numa das paredes) surge, do nada, em meio a uma reserva indígena. Alguns habitantes locais, assustados, decidem vigiar a estranha intrusa, revezando-se em turnos. Um deles, após um pesadelo, encontra uma porta que o transporta diretamente para um transatlântico. Ou para o apartamento de uma mulher desconhecida.

Como se percebe, “Chico Ventana Também Queria ter um Submarino” seguirá, a partir daí, caminhos distanciados da narrativa linear clássica, e se embrenhará por simbolismos e representações. Tudo sem perder o mistério, segurando habilmente o clima de suspense, e provocando a audiência com intrigantes impossibilidades. A intepretação caberá a cada um dos espectadores.

“Chico Ventana Também Queria ter um Submarino” (adorei o título) é o primeiro longa dirigido pelo uruguaio Alex Piperno – também roteirista do filme – que recebeu o Prêmio Tagesspiegel Reader’s de Melhor Filme no Fórum do Festival de Berlim, em 2020.  Coproduzido por Brasil, Argentina, Uruguai, Filipinas e Holanda,  longa também foi premiado no Festival de Biarritz Amérique Latine, no Black Canvas Festival de Cine Contemporáneo, no México; e no Festival de Cinema de Istambul.

“Chico Ventana Também Queria ter um Submarino” (eu já falei que adorei esse título?) está em cartaz nos cinemas, e faz parte da nova versão do projeto Sessão Vitrine, que trará ainda os longas “A Noite de Fogo” e “O Empregado e o Patrão”, entre outros.