“CINE HOLLIÚDY 2 – A CHIBATA SIDERAL” É AINDA MELHOR QUE O PRIMEIRO.

 

Em outubro de 2013 publiquei aqui neste mesmo portal uma crítica à comédia “Cine Holliúdy” dizendo que o filme “resgata a verdadeira gaiatice do humor brasileiro (…) com a simplicidade que as grandes comédias costumam trazer”.

Serei obrigado a ser repetitivo: “Cine Holliúdy 2 – A Chibata Sideral”, continua resgatando a verdadeira gaiatice do humor brasileiro, e continua destilando deliciosamente a simplicidade das grandes comédias. E mais: é ainda melhor que o primeiro. Mais ágil, mais divertido, mais elaborado, e também mais emotivo, na medida em que reforça a paixão incondicional que o diretor Halder Gomes (e todos nós) temos pelo cinema. Nestes tempos de atentando diários contra a cultura brasileira, o filme se reveste de importância e urgência ainda maiores.

Se no primeiro longa o nosso herói Francisgleydisson luta com todas as suas forças para que o seu tão amado cinema não pereça diante da terrível ameaça da chegada da televisão, nesta sequência ele sonha ainda mais alto: vai tentar fazer um longa metragem em pleno interior do Ceará. E se mete numa saga impagável, que envolve desde políticos corruptos oferecendo apoio estatal ao filme em troca de favores, até a cooptação da igreja para viabilizar seu sonho. Passando, claro, pelo seu inseparável assistente de direção cego. Assim, o longa novamente assume a sua bem-vinda improvisação, escancara o bom humor da precariedade e sabe, como poucos, rir de si mesmo. E quando se fala em improvisação, bom humor, precariedade e autoironia, é impossível não fazer a conexão direta com o espírito libertário das boas e velhas chanchadas da Atlântida nos anos 40, 50 e 60.

E pensar que tudo começou em 2004 com o sucesso do curta “O Astista Contra o Caba do Mal” [é “astista” mesmo], onde Francisgleydson já preconizava: “É porque você não viu a parte 2”. Taí: a parte 2 chegou. Não perca.