CLARO E DIDÁTICO, “O CAPITAL NO SÉCULO XXI” DEVERIA SER OBRIGATÓRIO NAS ESCOLAS.

Por Celso Sabadin.

Um meme irônico que rola pela internet diz que se o historiador britânico Eric Hobsbawm – autor de obras importantíssimas como “A Era das Revoluções”, “A Era do Capital”, “A Era dos Impérios” e “A Era dos Extremos”, entre outros – fosse escrever um livro sobre a nossa era, a obra se chamaria “Que Porra é Essa?”. O documentário “O Capital no Século XXI”, um dos destaques do Festival Varilux de Cinema Francês 2020, certamente não tem a pretensão de ser um Hobsbawn, mas sem dúvida é bastante útil em explicar – didaticamente – que porra é essa que tem acontecido todos os dias no nosso mundo.

Para quem ainda tem dúvidas, o filme é claro na argumentação e hábil no raciocínio: o problema é o Capitalismo. Ou o que fizeram dele.

Baseado no best-seller internacional do economista francês Thomas Piketty, “O Capital no Século XXI” condensa em 100 didáticos, vibrantes e desesperadores minutos a desastrosa história do Capitalismo e de como todos nós chegamos ao ponto de deterioração humana em que nos encontramos. O filme explica basicamente como saímos de uma sociedade totalmente injusta, desumana e desigual comandada pelas elites, no século 18, e nos tornamos uma sociedade totalmente injusta, desumana e desigual comandada pelas elites, no século 21. Sem perspectiva de mudanças. Tudo isso passando por duas guerras mundiais, devastadoras crises econômicas, e sem jamais abandonarmos a “estratégia” de culpar nossos vizinhos cada vez que a coisa fica ruim.

Dirigido pelo neozelandês Justin Pemberton, “O Capital no Século XXI” é o único entre os 18 longas que compõem a edição 2020 do Festival Varilux de Cinema Francês, que acontece em todo o país a partir de 19 de novembro. Acompanhe a programação em http://variluxcinefrances.com/2020