CLASSICÃO, “UMA PROMESSA” NÃO TEM MEDO DO MELODRAMA.

por Celso Sabadin

É totalmente tradicionalzão e nostálgico. Quem tiver algum problema com algum destes dois conceitos deve passar longe de “Uma Promessa”. Mas quem, assim como eu, curte entrar de cabeça neste tipo de filme, sem medo de ser melodramático, certamente vai gostar do mais recente trabalho do diretor francês Patrice Leconte, o mesmo de “O Marido da Cabeleireira”.

Baseada no livro de Stefan Zweig “Journey into the Past”, a história começa na Alemanha pré-I Guerra Mundial. O país em desenvolvimento é representado por uma vibrante usina siderúrgica de propriedade de Karl Hoffmeister (Alan Rickman, da franquia Harry Potter). Patrão equilibrado e de bom senso, ele logo percebe no jovem recém-formado Friedrich (Richard Madden) um grande talento potencial para a continuidade de seus negócios, e o contrata como seu assessor particular. Não é preciso ser nenhum expert em dramaturgia para aguardar a entrada em cena de uma bela e jovem esposa (Rebecca Hall, ótima) para abalar todas as estruturas que pareciam tão sólidas.

Suntuosamente produzido, classicamente dirigido, e totalmente eficiente na construção dos personagens, “Uma Promessa” é cinema à moda antiga, do tipo que ainda manda flores. Deliciosamente nostálgico e provavelmente decepcionante para os fãs de correrias e efeitos especiais.