Closer

Não é um mau filme, longe disso, mas Closer – Perto Demais chega ao Brasil super valorizado por rasgados elogios internacionais causadores de uma falsa expectativa de excelência que pode frustrar o público. Sem dúvida trata-se de um trabalho diferenciado para o consumidor médio norte-americano, que ainda se escandaliza com roteiros mais apimentados, mas os cinéfilos brasileiros e europeus (e mesmo os fãs do cinema independente americano) dificilmente vão se espantar com esta história repleta de traições, com pitadas de sexo e palavrões.
A direção de Mike Nichols (do clássico A Primeira Noite de um Homem e da recente minissérie Angels in America) é elegante e sóbria como sempre, e os afiados e sarcásticos diálogos são o principal atrativo do filme. Conseguir o cargo de editor da seção de obituários de um jornal porque o editor antigo morreu é apenas um dos deliciosos exemplos de cinismo e humor negro do roteiro de Patrick Marber, baseado em sua própria peça teatral.
Ah, sim, a trama. Alice (Natalie Portman) que amava Dan (Jude Law) que amava Anna (Julia Roberts), que amava Larry (Clive Owen), que amava Alice… Parafrasear Drummond ajuda bastante a contar a história de Closer, este belo drama romântico que explora todos os vértices de um inquietante quadrilátero amoroso excelentemente interpretado por todo o elenco. Vale o preço do ingresso, mas sem todo este entusiasmo exagerado que a mídia anda fazendo.