“CÓDIGO DE CONDUTA” PERDE CHANCE DE SER INSTIGANTE.

A ideia prometia ser das mais interessantes: mostrar como um homem comum, vitimado pelo desespero, poderia usar as falhas do sistema judicial para se vingar de um crime. Porém, o filme “Código de Conduta” morre na praia das boas intenções.

O começo é desesperador, mostrando com crueza e crueldade o assassinato da esposa e da filha de Clyde (Gerard Butler), um simples pai de família, como tantos outros. Tempos depois, ao perceber que o criminoso não será devidamente condenado por causa de brechas na lei e de acordos com seu advogado Nick (Jamie Foxx), Clyde parte para a famosa “justiça com as próprias mãos”. Num primeiro momento, o roteiro faz crer que o heroi injustiçado se utilizará dos próprios subterfúgios que condena – falhas na lei e acordos com advogados – para engedrar sua vingança. Mas esta primeira impressão logo se defaz, abrindo espaço para (mais uma) produção preocupada apenas em explorar a violência, a correria e a aventura rasteira. Fica-se com a nítida impressão que os produtores botaram a mão no roteiro e preferiram fazer algo mais “comercial”.

Perde-se assim uma boa oportunidade para desenvolver um bom filme sobre as gigantescas mancadas do Sistema Judiciário. Uma pena.