COM MAIS MATERIAL INÉDITO, “VIAGEM ATRAVÉS DO CINEMA FRANCÊS” VIRA SÉRIE EXCLUSIVA DO CANAL CURTA.

Talvez o pessoal de RG mais alto não saiba, mas antes dos Estados Unidos invadirem o mercado de cinema mundial com seus filmes de destruição em massa, o cinema francês desenvolveu uma belíssima produção recheada de importantes obras e diretores.

Neste sentido, é mais que oportuna a estreia da série “Viagem Através do Cinema Francês”, que o Canal Curta exibe com exclusividade a partir desta próxima quarta-feira, 19 de julho, às 23h00.

A obra é derivada do longa-metragem “Voyage à Travers le Cinéma Français”, lançado em 2017 com quase três horas e meia de duração. Reformatado depois como série, seus oito episódios de 52 minutos cada somam quase 7 horas de material, oferecendo assim um mais que bem vindo conteúdo inédito.

O roteiro, a apresentação e a direção são de Bertrand Tavernier, premiado diretor de “A Morte ao Vivo” e “Por Volta da Meia Noite”, entre vários outros, falecido em março de 2021. “Viagem Através do Cinema Francês”, acabou se configurando no testamento cinematográfico de Tavernier.

Até o momento, assisti aos dois primeiros episódios, nos quais o fio condutor é o próprio gosto pessoal do diretor. No primeiro, ele discorre sobre os filmes e os estilos de Jean Grémillon, Max Ophüls e Henri Decoin.

Sobre Grémillon, Bertrand destaca “Le Ciel est à Vous” (1944), “Águas Tempestuosas” (1941) e “Daïnah, La Métisse” (1932), entre outros, muitas vezes tecendo interessante relações entre a narrativa e a trilha sonora.

Em seguida, Tavernier analisa Ophüls, destacando “O Prazer” (1952), “O Exilado” (1947) e “Na Teia do Destino” (1949), entre outros. É delicioso compartilhar a percepção de Tavernier a respeito da importância de escadas, janelas, degraus e movimentos rotatórios na obra de Ophüls.

Finalmente, neste primeiro episódio, investigam-se trabalhos de Decoin, com destaque para “Amor Traído” (1952) e “Razzia” (1955). “Ao contrário de 95% dos diretores, Henri Decoin não preparava a cena, não dava orientações ou enquadramentos até que visse os atores dando vida aos personagens. Acho comovente o fato de alguém que não frequentou escola ter toda a graça e delicadeza dele. Um grande cineasta, um verdadeiro autor”, afirma Tavernier.

E o segundo episódio só melhora, com Tavernier analisando Sacha Guitry, Marcelo Pagnol, Robert Besson e Jacques Tati.

Mal posso esperar para ver os outros episódios.

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