“CONDADO MACABRO”, COM A CORAGEM DO ESCRACHO PERDIDO.

Por Celso Sabadin.

Vale a ressalva: em tempos de rótulos e formulações pré-fabricadas, “Condado Macabro” é um filme que não veio para agradar. Este é, ao mesmo tempo, o seu maior mérito e o seu maior problema. Sem nenhuma intenção de ser aquilo que o público em geral rotula como “comercial”, muito menos com aquela famosa necessidade de “dialogar com as plateias” “Condado Macabro” não tem medo do ridículo, encara o grotesco de peito aberto, e desenvolve sua narrativa sem a preocupação de esclarecer se estamos vendo uma comédia de horror, um horror de comédia ou simplesmente um trash que vem resgatar a tradição do escracho que o cinema brasileiro vem perdendo nos últimos anos.

O ponto de partida é bem familiar aos fãs de terror: cinco jovens alugam uma casa isolada que, claro, vai se tornar palco de uma chacina sanguinolenta. Mas se o mote inicial é banal, o desenvolvimento do filme não o é. Toda a história é contada em flashback por um suspeito interrogado pela polícia: ninguém menos que um palhaço coberto de sangue, escárnio e ironia (magnífico trabalho de Francisco Gaspar) que desenvolve um ardiloso jogo de gato e rato com o policial que o interroga (Paulo Vespúcio).

Escrito e dirigido por Marcos DeBrito, com codireção de André de Campos Mello, “Condado Macabro” venceu o FANTASPOA – XI Festival Internacional de Cinema Fantástico de Porto Alegre, além de ser sido selecionado em festivais do gênero no México, Holanda, Espanha, Colômbia e Argentina.

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