CONTANDO A HISTÓRIA DO JOGO DO BICHO, “LEI DA SELVA” EXPLICA O BRASIL.

É aquela velha história que tudo mundo sabe (ou acha que sabe), mas prefere não levar a sério: Quer entender o presente e tentar antecipar o futuro? Então, conheça o passado. Neste sentido, a série documental “Lei da Selva” – estreando neste 29 de abril – presta um serviço inestimável à compreensão do nosso país, ao investigar a fundo o famoso Jogo do Bicho.
Sim, o nosso jogo mais popular, certamente até mais popular que o futebol, o jogo com a cara do Brasil que nasceu como uma simples campanha de divulgação do zoológico carioca, e logo se transformou, graças a ações conjuntas entre criminosos e polícia, num catalisador de violência e corrupção. Tudo devidamente potencializado, é claro, pela ditadura de 64. O jogo pode ser considerado como o avô das milícias que atualmente dominam a política brasileira, como bem mostra a série.

Com pesquisa profunda de Patricia Pamplona, roteiro muito bem urdido de Arthur Muhlenberg e Tiago Peregrino, e direção segura e vibrante de Pedro Asbeg, “Lei da Selva – A História do Jogo do Bicho”, lança mão de um rico material de arquivo e depoimentos atuais para mostrar como a prática está intimamente ligada ao crime organizado, configurando-se como elemento fundamental no financiamento do tráfico de drogas, milícia e corrupção.

Narrada por Marcelo Adnet, “Lei da Selva – A História do Jogo do Bicho” traz como depoentes figuras como o deputado federal Marcelo Freixo, o historiador Luiz Antonio Simas, o ex-procurador-geral de Justiça do Rio de Janeiro Antonio Carlos Biscaia, o carnavalesco Milton Cunha, os jornalistas Cecília Olliveira, Octavio Guedes, Leandro Demori, a advogada Simone Sibilio e a urbanista e vereadora Tainá de Paula, assim como o pesquisador Bruno Paes Manso, autor do livro “A República das Milícias: Dos esquadrões da morte à Era Bolsonaro”, uma das bases de pesquisa para a série.

“Entender o jogo do bicho é necessário para qualquer um que queira entender como chegamos até aqui, neste emaranhado de violência com o qual convivemos no Rio. O bicho, que já foi inocente, há tempos está ligado a assassinatos, extorsão, lavagem de dinheiro e diretamente ligado ao crescimento da milícia. Pode-se dizer, inclusive, que bicho e milícia são sócios”, afirma o diretor Pedro Asbeg. “Meu interesse pelo tema começou quando entendi que ele estava não apenas ligado a uma série de processos criminais com os quais convivemos no Rio há décadas, mas pela própria relação que ele tem com a cidade. Nesses 130 anos de jogo, a cidade e o bicho cresceram e se transformaram juntos”.

Dividida em quatro episódios, a série estreia dia 29 de abril, às 22h30, no Canal Brasil e nos serviços de streaming Canais Globo e Globoplay + Canais ao Vivo.