COPRODUÇÃO EUROPEIA, “O GRANDE MAURICINHO” FECHA BEM AS FÉRIAS ESCOLARES.
Por Celso Sabadin.
Quando vi o pôster da animação “O Grande Mauricinho”, pensei: “Por que quase todas as animações querem ter cara de Disney/Pixar?”. Confesso que comecei a ver o filme meio desconfiado, mas aos poucos ele me conquistou. Personagens divertidos, bons diálogos, bom ritmo de ação sem ser histericamente desesperador (como acontece em muitas animações), pitadas de ironia, enfim, uma ótima opção para estes últimos dias de férias. Embora, claro, a concepção artística dos personagens humanos faz com que todos sempre pareçam fazer parte da família do Sr. Incrível.
O fato da gênese do filme ser europeia (e consequentemente se render um pouquinho menos às concessões do faturamento a qualquer preço dos grandes estúdios dos EUA), também ajuda. A ideia original vem do livro “O Fabuloso Maurício e seus Roedores Letrados”, do escritor inglês Terry Pratchett, publicado em 2001. A produção envolve estúdios da Alemanha e da Inglaterra, e o diretor, Toby Genkel, é alemão. Já o roteirista, Terry Rossio, é norte-americano, e auxiliou nas adaptações dos livros que originaram as séries de filmes Shrek (da fase áurea da DreamWorks) e Aladdin (da Disney).
A trama de “O Grande Mauricinho” segue duas linhas narrativas que correm simultaneamente. Na primeira, um gato, um grupo de ratos e um rapaz humano percorrem o país (seja ele qual for) aplicando golpes na população que paga para o gato se livrar dos roedores, sem saber que são todos amigos, e que tudo não passa de uma armação. Na segunda, uma garota leitora compulsiva de contos infantis interfere na história da primeira, tornando-se responsável pelos melhores momentos e os mais divertidos diálogos do filme. É o protagonismo feminino falando mais alto.
Há espaço para um pouco de tudo, desde uma participação do Flautista de Hamelin (personagem da história oral alemã resgatado pelos Irmãos Grimm), até um momento coaching/motivacional que diz algo como “ou você se torna sua própria história ou você vira parte da história de alguém”.
Sobre a pergunta que abre este texto, a resposta me parece ser: “É porque todo mundo gosta de se apoiar nos sucessos mais midiáticos para tentar uma carreira lucrativa”. Embora, neste caso, nem precisaria.
“O Grande Mauricinho” estreia nos cinemas brasileiros nesta quinta-feira, dia 02 de fevereiro, trazendo as vozes de Marcelo Adnet como o gato Mauricinho e Sophia Valverde, interpretando a heroína Marina.

