“D.U.F.F.” ESTÁ ACIMA DA MÉDIA DAS COMÉDIAS ADOLESCENTES. O QUE TALVEZ NÃO SEJA MUITA COISA.

Por Celso Sabadin

Quando vi o nome desta estreia, pensei que seria algo relacionado à cerveja dos Simpsons. Ainda que exista uma participação do famoso desenho animado em determinada cena do filme, nada tem a ver com cerveja.

DUFF é a senha para Designated Ugly Fat Friend ou, em outras palavras, aquela amiga (ou amigo) meio sem graça que serve de ponte para que seus amigos e amigas mais descolados (as) consigam encontros amorosos. Sim, é uma comédia romântica adolescente ambientada numa escola média estadunidense. E que, felizmente, está alguns pontinhos acima da média do gênero.

Desenvolvida a partir do livro de Kody Keplinger, a trama gira em torno de Bianca (Mae Whitman), a componente “não muito bonita” de um trio de amigas. Tudo vai muito bem com as três colegas até o momento em que o melhor amigo de Bianca lhe conta, com toda a tranquilidade do mundo, que ela é uma DUFF.  O mundo da garota desaba.

Dentro do universo das comédias românticas adolescentes, o filme acaba surpreendendo. O que talvez não seja exatamente espetacular, dada à qualidade deste universo. Mas mesmo assim DUFF tem vários méritos, como o de discutir a crueldade da hipocrisia humana e os mecanismos das manipulações interpessoais sem que seja necessário recorrer ao humor vulgar em busca de um público mais amplo.

Já que toda época necessita de suas comédias românticas para adolescentes, esta vem bem sintonizada com o universo jovem, com seus celulares, redes sociais e cyberbullying. Mais para o final, o filme acaba derrapando um pouco, e termina abusando de lições de moral talvez verborrágicas demais, mas relevando-se o desnecessário epílogo, dá pra curtir.

Principalmente se você for adolescente.