“DE VOLTA PARA CASA”,  COM DOR E SENSIBILIDADE.

Por Celso Sabadin.

“De Volta para Casa” é sobre um filho que abandona tudo para cuidar de sua mãe na luta contra o câncer. Ou seja, claro que é um filme triste. Impossível não ser. Mas a boa notícia é que não se trata de uma tristeza apelativa, muito menos melodramática, muito menos ainda explorada com o intuito comercial de capitalizar em cima das mais profundas catarses humanas. Nada disso: dirigido por Wayne Wang – cineasta nascido em Hong Kong e radicado nos Estados Unidos – “De Volta para Casa” aborda a questão com total dignidade e a aguda sensibilidade característica do diretor. Wang ganhou prestígio mundial a partir dos anos 1990 ao ser premiado internacionalmente com vários  de seus filmes, entre eles “Sem Fôlego” e “Cortina de Fumaça”.

Coproduzido por Estados Unidos e Coreia do Sul, “De Volta para Casa” mostra a dedicação do jovem Chang–Rae (Justin Chon, o Eric da trilogia “Crepúsculo”) em cuidar de sua mãe (Jackie Chung, ótima), vitimada por um câncer terminal. Sozinhos em sua casa em São Francisco, ambos recordam bons e maus momentos de seu convívio, se descobrem e se redescobrem, e aproveitam seus momentos finais para tentar passar a vida a limpo. Como acontece em vários filmes orientais, a comida se apresenta fortemente como elemento cultural de união, amor, carinho e perpetuação das tradições.

O longa é baseado na autobiografia do escritor e professor Chang-Rae Lee, coautor do roteiro, ao lado do diretor. Estreou nos cinemas nesta quinta, 9 de setembro.