DEPOIS DE SETE ANOS, MEL GIBSON VOLTA ÀS TELAS.

Mel Gibson andava meio sumido do cinema. Não atuava na tela grande desde 2003 e não dirigia desde 2006. Assim, havia uma certa expectativa pelo seu retorno, como ator, em “O Fim da Escuridão”. Expectativa frustrada: o drama policial dirigido por Martin Campbell (de “A Máscara do Zorro” e “007 – Cassino Royale” não tem o vigor necessário para reacender a carreira de Gibson.

Em “O Fim da Escuridão” Mel Gibson interpreta Craven, policial solitário que, após vários anos, finalmente se reaproxima da filha Emma (a sérvia Bojama Novakovic), de quem sabe muito pouco, quase nada. Porém, a garota é brutalmente morta num atentado, logo na primeira noite que ela passaria na casa do pai. Estes momentos iniciais são os mais envolventes do filme, ainda que Campbell não se furte em carregar nas tintas ao explorar a saudade de um pai: sangue se diluindo na água da pia, lembranças gravadas em antigas fitas de vídeo, cinzas jogadas na praia… sim, o diretor joga pesado com o sentimentalismo do público, nas primeiras cenas.

Não demora muito, contudo, “O Fim da Escuridão” logo se transforma em mais um policial igual a tantos outros. Amenizado o luto paterno, inicia-se uma investigação conduzida por um excesso de diálogos que talvez coubessem melhor num livro que numa obra cinematográfica. O filme perde o ritmo. E o roteiro se perde no velho clichê da “justiça com as próprias mãos”, com direito a banho de sangue. Para quem não viu o trailer, o “segredo” final é entregue com muita antecedência, enfraquecendo ainda mais o desenrolar do roteiro. E quem teve o azar de ter visto o tal trailer já sabe tudo o que vai acontecer, antes mesmo de ver o filme.

Salva-se a sempre magnética interpretação do inglês Ray Winstone, interpretando Jedburg, papel recusado por Robert De Niro.

O filme é baseado na série da TV inglesa “Edge of Darkness”, não exibida no Brasil, segundo a Imagem Filmes.