DIREÇÃO FRIA PREJUDICA “QUEBRA DE CONFIANÇA”

Talvez filmes sobre os bastidores do FBI já tenham se tornado cansativos. Ou talvez casos de corrupção envolvendo figuras respeitáveis de altos escalões não sejam exatamente uma novidade para um país acostumado a tantos escândalos. Mas o fato é que o suspense “Quebra de Confiança”, mesmo sob a sempre atrativa égide de “baseado em casos reais”, acaba resultando num filme pouco envolvente.
A trama se inspira no fato acontecido em 2001, quando o veterano e respeitado funcionário de FBI, Robert Hanssen (aqui vivido por Chris Cooper, de “Seabiscuit”) passa a sofrer um processo de investigação, suspeito de ter vendido por mais de 20 anos informações da inteligência americana à antiga União Soviética. É o FBI investigando o próprio FBI. O Bureau coloca então no escritório de Hanssen o jovem estagiário Eric (Ryan Phillipe, de “Studio 54”), com a missão de relatar detalhadamente cada passo do suposto traidor da pátria. È sobre esta dicotomia jovem/velho, traidor/herói, experiência/ingenuidade que o roteiro se desenvolve. Porém, a direção de Billy Ray (neste seu segundo longa, depois apenas de “O Preço de Uma Verdade”) se mostra fria e até certo ponto burocrática, não causando na platéia o envolvimento necessário para que se crie empatia com os personagens. O resultado é apenas morno.