DIRETOR ESTREANTE FAZ SEU “CYRANO MON AMOUR” COM MAESTRIA.  

Por Teo Sabadin.

Em “Cyrano Mon Amour” o francês Alexis Michalik faz sua estreia como diretor de longas nos apresentando a França de 1897, onde o escritor e dramaturgo Edmond Rostand depende de uma ideia brilhante para livrar-se de suas numerosas dívidas. Nessa perspectiva, o desespero toma conta do protagonista que, ao ter a oportunidade, revela para um notável ator de Paris sua próxima grande peça, Cyrano de Bergerac”, sem ao menos tê-la escrito. Dedicado a conceber a obra, Edmond passa a buscar, sem sucesso, inspiração para sua comédia heroica. Enfim, um amigo imerso em amores idealizados parece-lhe um proveitoso estímulo para criar.

A trama, que até então parecia-me tão confusa quanto Edmond e contava com cenas curtas mas inquietas, passa a ganhar forma e cresce, com maestria, junto ao texto teatral. Com personagens excêntricos e figurinos exagerados, fica quase impossível discernir um ensaio de um papo casual. Tal efeito ajuda a criar a atmosfera lúdica do filme que, ao meu ver, funciona bem.

Destaque ao personagem Honoré (Jean-Michel Martial) que cria um contraste contemplativo ao caótico enredo. Sempre calmo, cordial e detentor de grande conhecimento, é o detalhe que faz a diferença, trazendo uma composição inteligente ao filme.

O longa-metragem participa do Festival de Cinema Francês Varilux.