DISNEY INFANTILIZA “THOR: RAGNAROK” E O TRANSFORMA EM COMÉDIA JUVENIL.

Por Celso Sabadin.

Uma das maiores tradições da Disney desde sempre, desde a época em que o próprio Walt saía com seus desenhos de baixo do braço para tentar vendê-los às grandes empresas cinematográficas, é a infantilização. Tudo, no mundo mágico de Walt Disney, segue este princípio: simplificar, evitar desconfortos, nivelar conteúdos ao público infantil (ou infantilizado) para tentar vender seus personagens ao maior número de consumidores possível.

Os desenhos da Pixar da fase pós-Disney já mostraram uma brutal queda de qualidade de roteiro visando a busca incessante das mega bilheterias, e agora semelhante processo passa a abalar os heróis da Marvel, outra grife engolida pela poderosa Disney. Resultado: estreia nesta semana uma comédia chamada “Thor: Ragnarok”.

Não, não é um filme ruim. Mas também não é um filme de super-heróis. Este novo Thor, se eu tivesse de colocá-lo nas prateleiras de uma videolocadora (ainda existem videolocadoras?), seria certamente na seção de comédia. Num processo voraz de nivelar seus filmes ao gosto médio juvenil, saem de cena os típicos dilemas existencialistas característicos do gênero e aplainam-se viéses psicológicos para abrir espaço a piadinhas de riso fácil, tiradinhas sarcásticas e, não raro, ao que pode existir de pior no humor: a explicação da piada.

A direção de arte – que desde o primeiro Thor é a mais cafona de toda a linha de super heróis – desta vez exagera ainda mais na dose, assemelhando-se aos exageros carnavalescos de “O Quinto Elemento”, de Besson. O Luc, não o outro.

Mais Disney do que isso, só se acontecesse em “Thor: Ragnarok” um concurso de bandas juvenis dentro da escola… mas é melhor não dar ideias…

A estreia é nesta quinta, 26 de outubro.