DOCUMENTÁRIO MOSTRA AS MANIPULAÇÕES “CIENTÍFICAS” DO NAZISMO.
Por Celso Sabadin.
Candidato (felizmente) derrotado à prefeitura paulistana, Pablo Marçal, deixou o eleitorado perplexo (pelo menos o eleitorado consciente) ao declarar que as mulheres não têm a mesma inteligência que os homens por possuírem crânios menores. De uma ignorância estarrecedora, a afirmação sem dúvida é chocante, mas está longe de ser uma novidade.
Sintonizado com as metodologias da extrema direita, o ex-candidato, não por acaso, estava apenas reproduzindo um preceito de um dos pilares de seu pensamento de coach: o nazismo.
A série documental (dois capítulos) “A Ciência Maligna de Hitler”, que estreia na próxima sexta-feira, 11/10, no Canal Curta, esmiúça em detalhes o pensamento sórdido das falsas premissas “científicas” desenvolvidas pela ideologia nazifascista de Hitler. Ou de Marçal, que é mais ou menos a mesma coisa.
Inédito, o documentário mostra a origem e os horrores do projeto Ahnenerbe, o centro nazista de investigação “científica” que procurava provar a absurda hipótese de que a etnia germânica era a única responsável pelo desenvolvimento humano, e tudo o que não tivesse raízes germânicas era inferior. Cientificamente, eles tentavam demonstrar que todas as civilizações anteriores que obtiveram um elevado grau de desenvolvimento – egípcios, gregos, romanos, etc. – foram originadas pelos germânicos.
Como, obviamente, era impossível provar tamanha besteira, os nazistas recorriam a fake news e ao que hoje chamamos de “pós-verdade”, reinventando a história e reescrevendo livros escolares ao seu bel prazer (fazia tempo que eu não lia isso… bel prazer).
Nem Hitler levava o projeto muito a sério, mas a população comprou a ideia, ajudando a solidificar o mito da superioridade racial ariana.
“É através da cultura de ressentimento nos movimentos de extrema-direita, onde o nacional-socialismo vai triunfar, que se desenvolve o que chamamos de identidade Völkisch. Völkisch não é apenas racial, é uma palavra complexa, é a afirmação de que se é um povo superior”, afirma Yves Ternon, historiador e médico.
Com depoimentos de historiadores e estudiosos e fartas imagens de arquivo, os diretores David Korn-Brzoza e Quentin Domart apresentam tais aberrações com o auxílio da narração do ator francês Vincent Lindon.
O documentário cita dois filmes ideológico-publicitários feitos pelo nazismo que podem ser conferidos gratuitamente na internet: www.youtube.com/watch?app=desktop&v=7mEC888M8sI e www.youtube.com/watch?v=SdiFmA64Drs
“A Ciência Maligna de Hitler” é um documentário em duas partes de 50 minutos. A produção também pode ser assistida no CurtaOn – Clube de Documentários, disponível no Prime Video Channels, da Amazon, na Claro tv+ e no site oficial da plataforma (CurtaOn.com.br). Horários alternativos: 12 de outubro, sábado, às 3h e às 16h; 13 de outubro, domingo, às 22h; 14 de outubro, segunda-feira, às 17h; 15 de outubro, terça-feira, às 11h.

