“DORIVANDO SARAVÁ” ILUMINA O DOMINGO NO FAM 2020.

Por Celso Sabadin.

Chamem de homenagem, documentário, ou até de experimental (como foi feito meio exageradamente no Festival de Ouro Preto), tanto faz. Seja qual for o rótulo, “Dorivando Saravá, o Preto que Virou Mar” é uma delícia!

Com roteiro e direção de Henrique Dantas (o mesmo do ótimo “Filhos de João: o Admirável Mundo Novo Baiano”), o longa não é “mais um documentário sobre Dorival Caymmi”. Longe de se prender às formulações convencionais do gênero, “Dorivando Saravá, o Preto que Virou Mar” é um mais que bem-vindo mergulho na obra genial do famoso compositor baiano. Nada de dados biográficos ou referências convencionais que qualquer google tem. Pelo contrário. Através de depoimentos de artistas que conviveram com o biografado, traça-se um doce e irreverente perfil de Caymmi, ao mesmo tempo em que especialistas contextualizam a importância étnica, social e histórica de suas canções e – por que não? – também de suas pinturas. Cartas escritas por Caymmi e lidas por seus amigos criam contrapontos narrativos que se unem a belíssimas imagens – de arquivo ou produzidas para o filme – tratadas digitalmente com texturas que remetem ao mar e à areia, elementos fundamentais na produção artística enfocada no filme.

Aqui, “Dorivar” vira verbo. E só para não perder o costume, Tom Zé detona novamente nos depoimentos, que também contemplam Gilberto Gil, Jussara Silveira, Tiganá Santana, Arlete Soares e Adriana Calcanhoto, entre outros.

“Dorivando Saravá, o Preto que Virou Mar” será exibido em plataforma virtual neste domingo (27/09) às 17h00 no FAM – Florianópolis Audiovisual Mercosul. Informações em www.famdetodos.com.br